O risco cambial é uma preocupação antiga para as empresas brasileiras. Afinal, as alterações da taxa de câmbio têm impactado os custos da indústria brasileira, principalmente em setores que dependem de insumos importados.
Isso ocorre porque, quando o dólar sobe, os produtos e serviços importados ficam mais caros em reais, o que pode levar a um aumento nos custos das empresas que dependem desses insumos.
O que pode afetar negativamente a competitividade das empresas brasileiras, especialmente em relação a empresas de outros países cujas moedas não se desvalorizaram tanto em relação ao dólar. Além disso, a variação cambial pode afetar a rentabilidade das empresas que têm dívidas em moeda estrangeira, e dificultar a elaboração de um planejamento financeiro assertivo.
Quer entender melhor o que é risco de câmbio e como ele pode afetar o seu negócio? Continue lendo este artigo!
Dizemos que o risco cambial acontece quando se expõe a fatores que podem gerar prejuízo financeiro causados pela variação cambial.
Imagine que uma empresa, por exemplo, uma empresa brasileira que importa matérias-primas dos Estados Unidos e vende seus produtos em mercados europeus.
Se a moeda brasileira se desvalorizar em relação ao dólar americano e ao euro, isso pode aumentar o custo das matérias-primas importadas e reduzir a receita em euros. Isso pode reduzir a margem de lucro da empresa ou até mesmo gerar prejuízos.
Por outro lado, se a moeda brasileira se valoriza em relação ao dólar americano e ao euro, isso pode reduzir o custo das matérias-primas importadas e aumentar a receita em euros, o que pode aumentar a margem de lucro da empresa.
O risco de exposição é o risco cambial que surge quando uma empresa tem exposição líquida em uma moeda estrangeira. Isso pode ocorrer quando a empresa realiza negócios em outras moedas, como vendas ou compras em moedas estrangeiras.
O risco de previsão pode acontecer quando uma empresa precisa fazer previsões futuras sobre as taxas de câmbio para fins de planejamento ou tomada de decisão. As previsões podem não se concretizar, o que pode afetar adversamente a empresa.
Já o risco de mercado e de transação é o tipo de risco cambial que surge devido à volatilidade das taxas de câmbio. Isso pode afetar o valor das transações em moeda estrangeira e o valor dos ativos e passivos denominados em moeda estrangeira.
O risco de sistema pode surgir devido a eventos sistêmicos, como crises financeiras, instabilidade política ou eventos geopolíticos. Esses eventos podem afetar significativamente as taxas de câmbio e, consequentemente, os resultados financeiros das empresas.
Até aqui, mencionamos principalmente a exposição líquida em moeda estrangeira, mas ela não é a única forma pela qual uma empresa pode ser exposta ao risco cambial.
Por exemplo, quando possuem investimentos em ativos como ações ou títulos denominados em moedas estrangeiras, as flutuações nas taxas de câmbio podem afetar o valor desses ativos.
Além disso, se a empresa contrair empréstimos em moedas estrangeiras, as flutuações nas taxas de câmbio podem afetar o valor da dívida em termos de moeda local. A realização de negócios com clientes ou fornecedores em moedas estrangeiras também expõe as empresas ao risco cambial, já que as flutuações nas taxas de câmbio podem afetar o preço dos produtos exportados ou o custo dos produtos importados.
Por fim, as empresas que possuem subsidiárias ou filiais em países estrangeiros estão expostas ao risco cambial, uma vez que as flutuações nas taxas de câmbio podem afetar os resultados financeiros e a repatriação dos lucros dessas operações.
À primeira vista, nem todo mundo consegue visualizar a relação entre a contabilidade e o risco cambial. Mas, a partir do momento que entendemos que a variação nas taxas de câmbio pode afetar significativamente os resultados financeiros e a posição financeira de uma empresa, fica mais fácil entender essa conexão.
Além disso, a contabilidade é responsável por registrar e reportar as transações financeiras, incluindo as transações em moedas estrangeiras.
Cabe a ela refletir o impacto das flutuações cambiais nos resultados financeiros da empresa e na posição financeira da mesma. Isso geralmente é feito através do uso de instrumentos financeiros, como contratos de câmbio, que ajudam a reduzir ou gerenciar o risco cambial.
Ademais, a contabilidade também é responsável por reportar as exposições ao risco cambial em divulgações financeiras, como notas explicativas.
Agora que você entende melhor essa relação, vamos ver como ela se dá na prática? Continue lendo!
Além da tradução de demonstrações contábeis e o uso de hedge accounting, existem dois métodos que visam minimizar o impacto do risco cambial nos demonstrativos da empresa. São eles:
É importante frisar que a escolha do método de contabilização utilizado pela empresa para registrar as transações em moedas estrangeiras pode afetar a forma como o risco cambial é tratado nas demonstrações financeiras.
➡ Leia também: Derivativos: conheça esse instrumento financeiro e suas características
A contabilidade de caixa e a contabilidade de competência se diferem pela forma como as transações são registradas.
Na contabilidade de caixa, as transações são registradas quando há entrada ou saída de caixa, ou seja, quando o pagamento é efetivamente recebido ou realizado.
Isso significa que as flutuações cambiais que ocorrem entre a data da transação e a data do pagamento não são consideradas no registro contábil, o que pode levar a uma subestimação do impacto do risco cambial nas demonstrações financeiras.
Por outro lado, na contabilidade de competência, as transações são registradas quando são incorridas ou realizadas, independentemente do fluxo de caixa.
Isso significa que as flutuações cambiais são levadas em consideração no momento do registro contábil, o que permite uma melhor avaliação do impacto do risco cambial nas demonstrações financeiras.
Como pudemos observar até aqui, além de estar intimamente ligada ao risco de câmbio, a contabilidade também é uma importante ferramenta no gerenciamento de riscos cambiais.
Confira algumas tarefas realizadas por esse departamento:
Existem vários instrumentos financeiros que podem ser usados para gerenciar o risco cambial, como contratos a termo, opções, swaps e outros derivativos.
Mas, para ser capaz de utilizar bem essas ferramentas, é importante contar com o auxílio de um bom software de gestão contábil. Com ele fica mais fácil monitorar as transações em moedas estrangeiras, automatizar cálculos complexos, gerar relatórios precisos e fornecer insights para a tomada de decisões.
Ou seja, esses softwares permitem que as empresas monitorem e gerenciem suas exposições cambiais de forma eficiente e eficaz, ajudando a minimizar os riscos associados a flutuações nas taxas de câmbio.
Está preocupado com as ameaças oferecidas pelo risco cambial? O Analize é a ferramenta que você procura! Com ele, é possível registrar transações em moedas estrangeiras e escolher o método de contabilização mais adequado para gerenciar o risco cambial.
Além disso, o Analize pode ajudar a empresa a identificar a exposição ao risco cambial e a monitorar o desempenho financeiro em diferentes moedas.
O software também oferece ferramentas para análise de cenários e simulações que podem auxiliar na tomada de decisão em relação a estratégias de gestão de risco cambial. Com essas funcionalidades, o Analize pode ser uma ferramenta útil para empresas que desejam gerenciar o risco cambial de forma mais eficaz.
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