O sonho de qualquer empreendedor é ver seu negócio crescer e ganhar reconhecimento no mercado. E, por mais que não exista uma receita única para o sucesso, algumas práticas vêm ganhando destaque. Uma delas é a Joint Venture.
Esse movimento é uma espécie de acordo de colaboração que busca a ampliação do market share, corte de custos, compartilhamento de tecnologias, dentre outros objetivos.
Se interessou pelo tema? Continue lendo e confira as seguintes informações:
- O que significa Joint Venture?
- Quando pensar em uma Joint Venture?
- Vantagens da Joint Venture
- Desvantagens da Joint Venture
- Normas de controle de Joint Venture na contabilidade brasileira
- Como um software de gestão contábil pode ajudar?
Joint Venture, em português “união de riscos” ou “empreendimento conjunto”, é o termo utilizado para definir um modelo de cooperação empresarial, estabelecido entre duas ou mais empresas, de ramos iguais ou diferentes. Normalmente, esse tipo de acordo é firmado com o objetivo de realizar uma tarefa específica, por um tempo determinado.
Mas isso não significa que esse vá ser sempre o caso. Quando o objetivo dos negócios for uma conquista a longo prazo, é comum que a Joint Venture tenha uma duração indeterminada.
A estratégia de Joint Venture está comumente associada ao desenvolvimento de novos projetos ou atividades comerciais. Dessa forma, ela pode proporcionar facilidades logísticas, industriais, tecnológicas, comerciais, entre outras, fazendo com que seja adotada a Joint Venture como ferramenta para acelerar a expansão dos negócios. Afinal, essa política de cooperação permite que as empresas tenham acesso a habilidades, ferramentas e procedimentos que não possuem em suas operações isoladas.
Mas abraçar uma Joint Venture não significa apenas compartilhar recursos e a lucratividade. Afinal, essa expressão da língua inglesa é composta por duas palavras: joint que significa “junto” e venture que significa “risco”.
Portanto, como em qualquer relação, uma Joint Venture também significa compartilhar riscos, custos e prejuízos.
- Leia também: Planejamento financeiro: entenda a importância da contabilidade para o procedimento
Alguns objetivos são grandes demais para serem conquistados sozinhos. Uma Joint Venture permite que empresas com mesmos objetivos, recursos e características complementares tenham mais chances de sucesso e mais rentabilidade trabalhando em conjunto.
Imagine que você é uma empresa automobilística que deseja desenvolver um modelo elétrico. Você tem a liquidez necessária para tocar o projeto, mas não possui a patente, recursos técnicos nem as habilidades necessárias para tal.
Na outra ponta, temos uma empresa de tecnologia que também sonha desenvolver um carro elétrico. Possui os recursos necessários, mas não tem liquidez suficiente. É possível que esse cenário seja ideal para uma Joint Venture.
- Aquisição de conhecimento;
- Economia de escala;
- Abertura de mercados internacionais;
- Divisão de responsabilidades;
- Divisão de custos e menor investimento;
- Partilha de recursos;
- Aumento de competitividade;
- Vantagens estratégicas.
- Fracasso compartilhado;
- Possibilidade de conflito entre os participantes;
- Desalinhamento de metas;
- Quebra de confiança.
Como já vimos anteriormente aqui no blog, a contabilidade brasileira é regulamentada pelas Normas Brasileiras de Contabilidade e pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (os CPCs de contabilidade).
No caso das Joint Ventures, a regulamentação contábil é ditada a partir do CPC 19 — documento elaborado a partir do IFRS – 11 – Joint Arrangements (BV 2012), emitido pelo International Accounting Standards Board (IASB).
Este pronunciamento técnico deve ser aplicado por todas as entidades que sejam partes integrantes de negócio em conjunto, no qual duas ou mais partes têm o controle compartilhado.
Vamos analisar esse CPC mais de perto?
O CPC 19 tem como objetivo estabelecer os princípios para o reporte financeiro por entidades que tenham interesses em negócios controlados em conjunto (negócios em conjunto).
Além disso, esse pronunciamento técnico também define controle conjunto e exige que a entidade que seja parte integrante de negócio em conjunto determine o tipo de negócio em conjunto com o qual está envolvida por meio da avaliação de seus direitos e obrigações e contabilize esses direitos e obrigações conforme esse tipo de negócio em conjunto.
Para tal, ela deve divulgar informações que permitam aos usuários das demonstrações contábeis avaliarem a natureza e os efeitos financeiros de combinação de negócios que ocorra:
- Durante o período de reporte corrente;
- Ou após o final do período de reporte, mas antes de autorizada a emissão das demonstrações contábeis.
Empreendedores que optam pela Joint Venture devem reconhecer seus interesses no acordo como investimento. E devem contabilizar esse investimento usando o método da equivalência patrimonial, sempre que for pertinente.
Pense no exemplo do carro. Imagine que a empresa de tecnologia teve que emprestar máquinas para que o carro elétrico fosse desenvolvido. Essas máquinas vão sair do ativo imobilizado e vão compor a conta de investimento.
O ativo sai de uma empresa para ingressar no ativo da sociedade controlada em conjunto, que o recebe em contrapartida de resultados abrangentes reconhecidos diretamente no patrimônio líquido.
Quer saber mais sobre os CPCs de contabilidade? Leia também:
- CPC 02: veja os principais pontos do pronunciamento de conversão de demonstrações contábeis
- CPC 36: veja os principais pontos do pronunciamento de demonstrações consolidadas
- CPC 44: veja os principais pontos do pronunciamento de demonstrações combinadas
- IFRS 16 (CPC 06): tudo o que você precisa saber sobre a norma
Além da agilidade, um bom software de gestão contábil ajuda você a automatizar processos repetitivos, exibe seus indicadores em gráficos intuitivos e de fácil compreensão, facilitam a consolidação contábil e melhoram a comunicação da contabilidade com os demais setores da empresa.
O Analize, por exemplo, é um software de gestão contábil que além de trazer todos esses benefícios, também possui funcionalidades desenvolvidas pensando em dois importantes CPCs.
- Demonstrações consolidadas (CPC 36): Esta ferramenta permite que o usuário consolide as demonstrações financeiras/contábeis de uma controladora, ainda que suas controladas tenham diferentes planos de contas, bancos de dados, sistemas contábeis ou setores de atuação.
- Demonstrações combinadas (CPC 44): Esse é um recurso de aglutinação de demonstrações individuais parametrizado de acordo com a necessidade do cliente. Sendo totalmente focado no atendimento ao CPC44 ou formação de clusters para análises de região, setor de atuação ou nicho.
- Leia também: M&A: os principais desafios da área financeira no processo de fusões e aquisições
Digite a senha para acessar!