Manter o controle das movimentações financeiras é essencial para a saúde de qualquer empresa. O Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC) é uma das principais ferramentas contábeis para essa gestão, permitindo visualizar de forma clara e objetiva todas as entradas e saídas de dinheiro ao longo de um período.
Neste artigo, você entenderá mais sobre esse relatório. Continue a leitura e confira:
- O que é Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC)?
- O que é Demonstrativo de Fluxo de Caixa Direto?
- O que é Demonstrativo de Fluxo de Caixa Indireto?
- Como um software de gestão contábil pode te ajudar?
O Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC) é a demonstração contábil responsável por evidenciar as movimentações ocorridas no caixa, ou equivalentes de caixa da empresa.
Essas movimentações podem ser decorrentes de atividades operacionais, atividades de investimento e atividades de financiamento.
O Demonstrativo de Fluxo de Caixa pode ser realizado pelo método direto ou pelo método indireto. A principal diferença entre esses dois modelos é a referência inicial utilizada nos cálculos realizados.
A partir do DFC no método direto, calcula-se as entradas e saídas de caixa definindo claramente a fonte de uso dos recursos.
Para elaborar o DFC nesse modelo precisamos das informações relativas ao Balanço Patrimonial da empresa, a Demonstração do Resultado do Exercício e da Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados.
Para te ajudar a entender melhor como aplicar essas demonstrações, vamos usar o exemplo abaixo:
A partir do Demonstrativo de Fluxo de Caixa, a empresa consegue entender como seu caixa saiu de R$30 mil para R$45 mil. Para isso, seguimos o seguinte roteiro:
1. Atividades operacionais
Valores recebidos a vista (dinheiro que entrou efetivamente para o caixa da empresa);
Para isso vamos utilizar a seguinte fórmula:
vendas totais realizadas = vendas à vista + vendas a prazo
Logo:
vendas à vista = vendas totais - vendas a prazo
Seguindo os números usados nos demonstrativos acima, encontramos:
vendas à vista = 275.000 - vendas a prazo
Para descobrir o valor das vendas a prazo, comparamos os resultados obtidos na linha clientes, subtraindo o valor do início do ano do encontrado no final do ano. Com isso, nossa fórmula fica da seguinte forma:
vendas à vista = 275.000 - (-11.000)
vendas à vista = 275.000 + 11.000
vendas à vista = 286.000
Pagamentos realizados aos fornecedores (compras pagas à vista ou desembolsos realizados em função da atividade operacional);
Para encontrarmos esse item do nosso Demonstrativo de Fluxo de Caixa, usamos a fórmula:
compras totais = compras à vista - compras a prazo
Sendo assim:
compras à vista = compras totais - compras a prazo
Não sabe como encontrar o valor utilizado nas compras totais? Para isso, usamos a fórmula do estoque: estoque inicial + compras - consumo = estoque final
compras = estoque final - estoque inicial + consumo
compras = 90.000 - 70.000 + 190.000
compras = 210.000
Vamos voltar à nossa fórmula de compras à vista?
compras à vista = 210.000 - 26.000
compras à vista = 184.000 (saída do caixa)
Cálculo dos pagamentos relativos à despesas operacionais;
a) Desembolso relativo às despesas de venda = -
b) Desembolso relativo às despesas administrativas = 10.000
c) Desembolso relativo às despesas antecipadas = 2.000
d) Desembolso relativo ao pagamento de tributos = 15.00
Uma vez em posse dessas informações, podemos começar o preenchimento do nosso Demonstrativo de Fluxo de Caixa.
1. Atividades operacionais
a) Entradas de caixa = 286.000
b) Saídas de caixa = 184.000
c) Despesas administrativas = 10.000
d) Despesas antecipadas = 2.000
e) Pagamento de tributos = 15.000
Fluxo de caixa relativo às atividades operacionais
DFC = 75.000
2. Atividades de investimentos
Valores pagos e recebidos em função da compra ou venda à vista de bens do ativo não circulante;
Para entender melhor o resultado desse cálculo, basta se lembrar que, quando o resultado é positivo, significa que o negócio realizou compras. Ou seja, teve saídas do caixa. E quando o resultado é negativo, vendemos, e por isso entrou dinheiro no caixa.
Para realizar este cálculo, vamos para o item “máquinas” do nosso Balanço Patrimonial. No início do ano 1, a empresa possuía R$50 mil em máquinas. No final do ano 1, esse número aumentou para R$100 mil. Ou seja, houve uma compra equivalente ao valor de R$50 mil.
Já no item veículos, começamos o ano com R$70 mil e encerramos com 50 mil. Nesse caso, tivemos uma redução de R$20 mil. Sendo assim:
a) Entrada de caixa = 20.000
b) Saída de caixa = 50.000
c) Fluxo das atividades investimento = 30.000
3. Atividades de financiamento
Chamamos de atividades de financiamento os valores pagos e recebidos em função da captação de recursos fora da empresa (investimento de sócios, bancos e agentes financeiros).
Diferente do que observamos no item anterior, aqui, quando o valor contábil aumenta, significa que a empresa obteve uma nova fonte de renda externa. Já quando esse valor diminui, significa que o negócio pagou estas fontes externas.
Financiamento = valor inicial - valor final
F = 120.000 - 80.000
F = 40.000 (saída de caixa)
Patrimônio líquido = valor final - valor inicial
Patrimônio líquido = 100.000 - 70.000
Patrimônio líquido = 30.000 (entrada de caixa)
Atividades de financiamento
a) Entradas de caixa
(aporte de capital) = 30.000
b) Saídas de caixa
(atividades de financiamento) = 40.000
Mas a nossa conta não para por aí! Nessa conta também precisamos incluir as despesas financeiras da empresa. Vamos nessa?
a) Entradas de caixa
(aporte de capital) = 30.000
b) Saídas de caixa
(atividades de financiamento) = 40.000
(pagamento de despesas financeiras) = 8.000
(distribuição de dividendos) = 12.000
c) Fluxo de caixa relativo às atividades de financiamento = -30.000 (saída de caixa)
Resumindo, no início do ano, a nossa empresa tinha um valor inicial de R$30 mil. A partir de suas atividades operacionais, ela obteve um ganho de R$75 mil. Já em relação aos seus investimentos, houve uma saída de caixa no valor de R$30 mil. Bem como nos valores de financiamento que resultaram em R$30 mil.
Valor inicial = 30.000
Fluxo das atividades operacionais = 75.000
Fluxo das atividades de investimento = 30.000
Fluxo de caixa das atividades de financiamento = 30.000
Saldo atual do caixa = 45.000.
- Leia também: Gestão do fluxo de caixa: confira 7 dicas de como fazer na prática
Enquanto o Demonstrativo de Fluxo de Caixa por método direto se preocupa com a receita obtida, o Demonstrativo de Fluxo de Caixa por método indireto ocupa-se do lucro líquido. E, para tal, compra os valores patrimoniais para compreendermos se entrou ou saiu dinheiro do negócio.
Confira aqui as demonstrações contábeis que serão utilizadas como modelo para a elaboração do nosso DFC por método indireto.
A partir das demonstrações acima, podemos afirmar que o nosso lucro líquido é de R$40 mil. E é dele que vamos começar o nosso cálculo.
Lucro líquido da empresa = 40.000
Ajuste (adicionado o valor da depreciação) = 5.000
Lucro líquido ajustado = 45.000
1) Variação do capital de giro
ativo circulante (clientes, estoque e despesas antecipadas)
redução da conta de clientes = + 11.000
aumento do valor contábil de estoque = - 20.000
aumento do valor contábil de despesas antecipadas = -2.000
passivo circulante (fornecedores, contas a receber e contas a pagar)
aumento no valor de fornecedores = +26.000
aumento no valor contábil das contas a pagar = + 10.000
redução na conta tributos a pagar = - 3.000
Total: 22.000
Ou seja, a partir desse cálculo verificamos que houve um aumento de R$22 mil no capital de giro.
2) Variação dos itens de investimento
aquisição de máquinas = - 50.000
alienação de veículos = + 20.000
Fluxo de caixa relativo aos investimentos = - 30.000
3) Financiamentos
abatimento de financiamentos = - 40.000
pagamento de dividendos = -12.000
aporte de capital social 30.000
Fluxo de caixa relativo aos financiamentos = -20.000
Em suma, nossos cálculos ficam da seguinte forma:
Lucro ajustado = 45.000
Variação do capital de giro = 22.000
Fluxo relativo às atividades de investimento = -30.000
Fluxo relativo às atividades de financiamento = -22.000
Saldo inicial = 30.000
Variação do caixa = 15.000
Saldo final = 45.000
- Saiba mais: Fluxo de caixa direto e indireto: principais diferenças e melhor escolha para o seu negócio
Agora que você já sabe mais sobre o Demonstrativo de Fluxo de Caixa e seu papel na compreensão da saúde financeira e estratégia do negócio, tenho certeza de que você quer garantir números precisos e sempre à mão. Acertei?
Um software de gestão contábil, além de automatizar processos repetitivos, oferece para você ferramentas precisas de análise e gestão dos dados que alimentam estes demonstrativos. O que reduz erros, otimiza o tempo da equipe e mostra de forma intuitiva qual caminho o seu negócio deve seguir para operar sempre em lucro.
Entre no mundo da contabilidade digital e use seus dados de maneira mais profissional e confiante com o Analize.
- Leia também: Fluxo de caixa consolidado: entenda como e por que fazer
Digite a senha para acessar!