Você sabe como fazer a Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) da sua empresa? Apesar de não ser obrigatória para todas as pessoas jurídicas, conforme deliberação da CVM, essa é uma ferramenta crucial para a gestão empresarial.
Neste artigo vamos abordar:
O fluxo de caixa consolidado é um relatório contábil que combina as informações de fluxo de caixa de várias entidades relacionadas dentro de uma organização em um único documento.
Sendo que essas entidades podem incluir empresas subsidiárias, filiais, joint ventures ou outras empresas afiliadas.
A partir da consolidação do fluxo de caixa é possível obter uma visão abrangente do desempenho financeiro da controladora e de suas entidades relacionadas como um todo.
Ou seja, a consolidação deste demonstrativo é uma ferramenta importante na contabilidade e na gestão financeira, especialmente para empresas que têm várias subsidiárias ou operações em diferentes locais geográficos.
O fluxo de caixa consolidado normalmente inclui informações detalhadas sobre as entradas e saídas de caixa de todas as entidades consolidadas, tais como:
E, graças a esses dados, ele fornece uma visão abrangente da posição de caixa da empresa como um todo, permitindo uma análise mais precisa do desempenho financeiro global e das necessidades de financiamento da empresa.
A consolidação do fluxo de caixa deve ser realizada de acordo com as normas contábeis aplicáveis no Brasil, como as normas contábeis emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e a legislação tributária vigente, considerando a jurisdição e as práticas contábeis adotadas pela empresa.
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O fluxo de caixa consolidado oferece uma visão abrangente e integrada das atividades de fluxo de caixa de todas as entidades relacionadas, como subsidiárias e filiais, dentro de uma empresa.
Algumas das principais razões pelas quais o fluxo de caixa consolidado é estrategicamente importante são:
O fluxo de caixa consolidado fornece informações detalhadas sobre as entradas e saídas de caixa de todas as entidades consolidadas, o que permite aos gestores tomarem decisões informadas em relação ao uso eficaz dos recursos financeiros da empresa.
Ele ajuda na análise do desempenho financeiro global, identificação de tendências, avaliação de riscos e oportunidades, e na tomada de decisões estratégicas relacionadas a investimentos, financiamentos e operações.
A consolidação do fluxo de caixa permite identificar riscos e oportunidades de forma abrangente em toda a organização. Isso pode incluir a identificação de entidades ou operações que estão consumindo excessivamente recursos financeiros ou que estão gerando excesso de caixa.
Com base nessas informações, os gestores podem tomar medidas para otimizar a gestão de recursos financeiros, mitigar riscos e melhorar a eficiência operacional.
O fluxo de caixa consolidado possibilita a avaliação do desempenho financeiro de subsidiárias, filiais e outras entidades relacionadas em relação aos objetivos estratégicos da empresa como um todo.
Isso pode ajudar na identificação de entidades que estão contribuindo positivamente ou negativamente para o fluxo de caixa consolidado, possibilitando ações corretivas ou estratégias de expansão ou reestruturação.
A consolidação do fluxo de caixa é muitas vezes exigida por órgãos reguladores, bem como por investidores e credores, como parte das obrigações de prestação de contas de uma empresa.
O fluxo de caixa consolidado fornece informações confiáveis e transparentes sobre a posição de caixa da empresa como um todo, o que é fundamental para tomar decisões de investimento, avaliar a saúde financeira da empresa e garantir a confiança dos stakeholders.
O fluxo de caixa consolidado permite que as empresas desenvolvam projeções de caixa consolidadas com base nas atividades de fluxo de caixa de todas as entidades relacionadas.
Isso auxilia na identificação de necessidades de financiamento, determinação de metas e objetivos financeiros, e na formulação de estratégias de curto e longo prazo para o crescimento sustentável da empresa.
Devem consolidar o fluxo de caixa todas as empresas de capital aberto, ou seja, aquelas que têm ações negociadas em bolsa de valores ou em mercado de balcão organizado.
Essa obrigatoriedade está estabelecida na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) através da Instrução CVM nº 527/2012, que dispõe sobre a elaboração e divulgação das demonstrações financeiras consolidadas para as companhias abertas.
Além disso, as empresas de grande porte, conforme definido pela Lei nº 11.638/2007 e pela Lei nº 11.941/2009, também podem estar sujeitas à obrigatoriedade de consolidar o fluxo de caixa.
São consideradas empresas de grande porte aquelas que possuem ativos totais iguais ou superiores a R$ 240 milhões ou receita bruta anual igual ou superior a R$ 300 milhões, de acordo com o exercício social anterior.
As empresas de médio e pequeno porte, por sua vez, não são obrigadas a consolidar o fluxo de caixa, a menos que sejam parte integrante de um grupo econômico com empresa de capital aberto ou grande porte que esteja obrigada a fazê-lo.
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Como mencionamos anteriormente, a consolidação do fluxo de caixa é um processo que envolve a integração dos fluxos de caixa de várias entidades relacionadas. E, cujo objetivo é apresentar uma visão consolidada das atividades de caixa de um grupo econômico.
O processo de consolidação do fluxo de caixa pode ser realizado seguindo os seguintes passos:
Determine quais entidades serão incluídas na consolidação do fluxo de caixa com base na estrutura organizacional e nas práticas contábeis adotadas. Isso pode incluir subsidiárias, joint ventures, associadas e outras entidades relacionadas que precisam ser consolidadas de acordo com as normas contábeis aplicáveis.
Solicite e compile as informações de fluxo de caixa de todas as entidades a serem consolidadas. Isso pode envolver a obtenção de demonstrações de fluxo de caixa individuais de cada entidade, que normalmente são preparadas de acordo com as normas contábeis aplicáveis.
Padronize as informações de fluxo de caixa de todas as entidades consolidadas, para garantir a consistência e comparabilidade dos dados. Isso pode envolver a reconciliação de diferenças nas classificações e categorias de fluxo de caixa utilizadas por cada entidade.
Identifique e elimine as transações internas entre as entidades consolidadas para evitar a duplicação de registros. Isso pode incluir transações como empréstimos entre entidades relacionadas, receitas e despesas internas, e outras transações que não geram impacto no fluxo de caixa consolidado.
Some os fluxos de caixa operacional, de investimentos e de financiamentos das entidades consolidadas para obter o fluxo de caixa consolidado. É importante garantir que os valores sejam corretamente somados e que os ajustes de consolidação sejam adequadamente aplicados.
Realize uma revisão e análise detalhada dos resultados da consolidação do fluxo de caixa para identificar quaisquer inconsistências ou variações significativas. Isso pode envolver a comparação dos resultados com períodos anteriores e a análise das principais tendências e variações.
Prepare as demonstrações financeiras consolidadas, incluindo o fluxo de caixa consolidado, de acordo com as normas contábeis aplicáveis e às exigências regulatórias. Certifique-se de que as informações relevantes sejam adequadamente divulgadas nas notas explicativas às demonstrações financeiras.
É importante que a consolidação do fluxo de caixa seja revisada por um profissional contábil qualificado, para garantir a conformidade com as normas contábeis aplicáveis e a adequada apresentação das informações financeiras consolidadas.
Continua com dúvidas? Preparamos um exemplo simples de fluxo de caixa de duas subsidiárias, A e B, por uma empresa controladora, C. Confira:
A empresa C é a controladora e precisa consolidar os fluxos de caixa das subsidiárias A e B.
A empresa C solicita às subsidiárias A e B suas demonstrações de fluxo de caixa individuais, que são preparadas de acordo com as normas contábeis aplicáveis.
A empresa C verifica que as subsidiárias A e B usam a mesma classificação de fluxo de caixa, o que torna a padronização das informações mais fácil.
A empresa C identifica que houve um empréstimo de R$ 50.000 feito pela subsidiária A para a subsidiária B durante o período. Essa transação é eliminada para evitar duplicação de registros no fluxo de caixa consolidado.
A empresa C soma os fluxos de caixa operacional, de investimentos e de financiamentos das subsidiárias A e B para obter o fluxo de caixa consolidado. Suponhamos que o resultado seja o seguinte:
Fluxo de Caixa Consolidado = (R$ 100.000 + R$ 150.000) + (R$ 50.000 + R$ 30.000) + (R$ 20.000 + R$ 25.000) = R$ 345.000
A empresa C revisa e analisa os resultados da consolidação do fluxo de caixa para identificar eventuais inconsistências ou variações significativas, comparando com períodos anteriores e analisando as tendências e variações.
A empresa C prepara as demonstrações financeiras consolidadas, incluindo o fluxo de caixa consolidado, de acordo com as normas contábeis aplicáveis e às exigências regulatórias. As informações relevantes são divulgadas nas notas explicativas às demonstrações financeiras.
A consolidação do fluxo de caixa é revisada por um profissional contábil qualificado, para garantir a conformidade com as normas contábeis aplicáveis e a adequada apresentação das informações financeiras consolidadas.
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Um software de gestão contábil é fundamental para facilitar todo o processo de consolidação do fluxo de caixa, desde a coleta de informações até a divulgação das demonstrações financeiras consolidadas. Com isso, é possível economizar tempo, aumentar a precisão e reduzir o risco de erros.
Confira alguns exemplos de como um software pode ajudar:
Sendo assim, com um software de gestão contábil, é possível agilizar, padronizar e simplificar a consolidação do fluxo de caixa, o que traz mais segurança e precisão para o processo.
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Além disso, o Analize atende aos CPCs 36 e 44, permitindo a consolidação de demonstrações financeiras/contábeis de controladoras com diferentes planos de contas, bancos de dados, sistemas contábeis ou setores de atuação, assim como a aglutinação de demonstrações individuais de acordo com a necessidade do cliente.
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